O papa Francisco encerrou nesta segunda-feira (04) uma viagem histórica à Mongólia – país da Ásia Oriental – que assumiu conotações internacionais por causa dos acenos do pontífice à vizinha China sobre liberdade de religião.
No final de uma missa no domingo (3), o papa enviou saudações à China, chamando seus cidadãos de um povo “nobre” e pedindo aos católicos da China que sejam “bons cristãos e bons cidadãos”.
Na segunda-feira (4), o Ministério das Relações Exteriores da China disse que tem adotado uma atitude positiva para melhorar as relações com o Vaticano.
Pequim mantém comunicação com o Vaticano, afirmou a porta-voz do ministério, Mao Ning, em uma coletiva de imprensa, quando perguntada sobre os comentários do papa na Mongólia.
O principal objetivo da viagem de Francisco era visitar a pequena comunidade católica do país. Ele encerrou sua missão de cinco dias nesta segunda-feira com uma parada para inaugurar a Casa da Misericórdia, que oferece assistência médica aos mais necessitados na capital da Mongólia, bem como aos sem-teto, vítimas de abuso doméstico e imigrantes.
Situada em uma escola reformada e idealizada pelo principal clérigo católico da Mongólia, o cardeal italiano Giorgio Marengo, a Casa da Misericórdia coordenará o trabalho de instituições missionárias católicas e voluntários locais.
“O verdadeiro progresso de uma nação não é medido pela riqueza econômica, muito menos pelo investimento no poder ilusório dos armamentos, mas por sua capacidade de prover a saúde, a educação e o desenvolvimento integral de seu povo”, disse Francisco na casa.
Ele também afirmou que queria “dissipar rumores” de que o objetivo das instituições católicas era converter as pessoas à religião, “como se cuidar dos outros fosse uma forma de seduzir as pessoas a ‘se juntarem'”.
A Mongólia, majoritariamente budista, tem apenas 1.450 católicos em uma população de 3,3 milhões de habitantes e, no domingo, praticamente toda a comunidade católica estava sob o mesmo teto que o papa.
Na segunda-feira, cerca de duas dezenas de católicos chineses cercaram a comitiva do papa tentando receber suas bênçãos.
Os devotos, que se identificavam como católicos da China continental e usavam uniformes com a frase “Love Jesus”, se aglomeraram do lado de fora da Casa da Misericórdia.
Fonte: CNN